Espaço de diálogo e partilha para familiares em risco, nomeadamente em situações de separação ou divórcio, com necessidades na regulação do exercício das responsabilidades parentais, com vista a promover a resolução em situações de crise familiar.

O foco da nossa intervenção são as crianças, com objectivo de garantir aos menores o direito ao convívio regular com ambos os pais e família alargada.

terça-feira, 25 de junho de 2013

Pressupostos indispensáveis à Mediação Familiar:



A Mediação é um processo voluntário, ambas as partes devem aceitar livremente participar na mediação. Quando o pedido é feito individualmente por uma das partes, o mediador contactará a outra parte, no sentido de obter o seu consentimento.

O mediador conduz o processo num contexto de imparcialidade e neutralidade, sem influir nas decisões das partes. As mesmas comprometem-se a partilhar toda a informação relevante para a Mediação, aceitando que as questões submetidas a esta sejam tratadas num clima de cooperação e respeito mútuo, de forma a encontrar um acordo satisfatório para ambos.

O processo de Mediação é confidencial, bem como toda a informação tratada está sujeita ao dever de sigilo. As partes envolvidas devem assumir o compromisso de não citar o mediador como testemunha ou perito em processo judicial ou administrativo referente ao conflito. 

É causa fundamental no processo de mediação, zelar pelo interesse superior dos filhos menores ou incapacitados, ou pessoas dependentes.


Processo

Verificada a concordância de ambas as partes para aderir à mediação, é assinado o Protocolo de Mediação (onde estão descritas as regras e pressupostos da mediação).
Inicia-se o processo com vista a obtenção de acordos satisfatórios para ambas as partes relativamente aos conflitos presentes.
Alcançado o(s) acordo(s), este é reduzido a escrito e assinado por ambas as partes e pelo mediador. Posteriormente, as partes são responsáveis pela homologação dos acordos alcançados em mediação.




segunda-feira, 27 de maio de 2013

A criança e o divórcio

Não existe criança nenhuma que seja imune à separação dos seus pais. Muitos pais não são capazes de perceber que o conflito conjugal não implica que haja um conflito parental, e, em sofrimento, não dão a devida atenção aos filhos, no momento da separação.
A partir do momento em que os pais decidem divorciar-se, a criança tem o direito de o saber e os pais tem o dever de informar a criança sobre o que se está a passar com a sua família. Não é raro as crianças saberem que os pais se vão separar por terceiros e por “vias travessas”. Esta situação só será evitada se os pais falaram com a criança sem que deixem passar muito tempo desde a tomada de decisão. Saber que os seus pais se vão separar por uma terceira pessoa, estranha à realidade daquela família pode ser extremamente nefasto para a relação pais/filhos.
Em nenhuma idade a criança deixa de sofrer com a ruptura da relação dos pais, portanto não há uma idade melhor para o divórcio, haverá idades em que a criança poderá lidar melhor ou pior com a situação, mas o sofrimento estará sempre presente.
O maior interesse da criança é preservar ambos os pais, avós, família alargada e mudar o menos possível. É absolutamente necessário que os pais façam ver à criança que o seu amor permanecerá inalterável, aconteça o que acontecer. Só assim, a criança se sentirá segura.
A conversa com a criança deverá sempre existir, independentemente da fase desenvolvimental em que esta se encontra. Este momento precisa de ser preparado com cuidado e decorrer num local calmo, preferencialmente, a casa de família. A forma como os pais falam à criança deve ser adaptada à realidade de cada família e não diferir do habitual.
Nesta primeira abordagem, alguns temas são essenciais: Antes de mais, a relação com a criança não pode ser posta em causa, o conflito é conjugal e não parental. A criança precisa perceber que os pais ficarão sempre unidos como casal de progenitores, sempre presentes nas suas vidas, apesar do divórcio.
Ao longo desta conversa, mesmo que a criança nada diga por palavras, muito pode dizer pelo seu silêncio, inquietude ou choro. É essencial estar atento a estes sinais e saber ouvir, ouvir com todos os sentidos.
As negociações e mudanças constantes não trazem paz nem às crianças nem aos pais, portanto a organização do tempo que estas passam com cada um dos pais será facilitada se estes se mantiverem amigos. Só com flexibilidade e pensando primeiro no interesse dos filhos, isto será possível.
Para a criança é absolutamente crucial ter a perspectiva de continuidade familiar, após o divórcio. Para os pais é impossível pensar no futuro como uma separação definitiva, porque tendo um filho juntos nunca se poderão separar do facto de ser pais da mesma criança.
A criança precisa sentir que a vida continua com dois pais, que embora vivendo em casas separadas, continuam presentes amando-a, acompanhando-a e, sobretudo, respeitando-a.


Lara Santos


quarta-feira, 20 de março de 2013

Projectos futuros



    Implementação de um PONTO de ENCONTRO FAMILIAR (PEF)

    O PEF propõe-se ser um espaço neutro, onde a criança encontra o seu pai, mãe ou familiar de referência quando, por razões várias, esta se encontra privada de o fazer em condições seguras e saudáveis, favorecendo o cumprimento do direito fundamental do menor de manter relações com ambos os progenitores, após a separação destes, prevenindo a ruptura ou promovendo o restabelecimento dos vínculos necessários para o seu normal desenvolvimento psíquico, afectivo e emocional.

terça-feira, 19 de março de 2013

Dias de Pai

     Nós mulheres e mães lutamos há muito para sermos iguais aos homens. Em tudo, no trabalho, na posição social, nos direitos. Há muito pedimos que eles, homens, sejam iguais a nós. Na família, nas tarefas domésticas, no cuidado aos filhos, num sem número de responsabilidades que, desde  sempre nos foram atribuídas. Pedimos que "ajudem" nas tarefas domésticas, que tratem dos filhos, dêem banhos, biberões, leiam histórias, façam t.p.c.s, enfim, tarefas que queremos que saiam da nossa única responsabilidade para as dividirmos com aqueles que são nossos maridos e pais dos nossos filhos. Reclamamos incessantemente até conseguirmos a colaboração que achamos justa. 

     Argumentamos que os nossos filhos precisam da presença do pai e da sua participação activa, para se tornarem adultos mentalmente saudáveis e adaptados. Como se não tivéssemos  muitos de nós, sido criados com pais que nunca nos leram histórias, nunca nos deram banhos nem biberões. Conseguimos, apesar disso, tornar-nos adultos saudáveis e perfeitamente integrados na sociedade. Os nossos filhos precisam de pais presentes, precisam eles e precisamos nós, que trabalhamos todo dia, corremos de um lado para outro, preparamos almoços, jantares, lanches, tratamos da roupa... Ao mesmo tempo, trazemos trabalho para casa, que terminamos, muitas vezes, depois dos nossos filhos estarem finalmente a dormir.  

    Um dia, tudo aquilo que reclamamos, muda...quando nos separamos dos pais dos nossos filhos. Muito frequentemente, estes pais já aprenderam a ser pais presentes, a colaborar, dividir tarefas, dar banhos e biberões... e agora?
    Sentimos-nos desamparadas quando os nossos filhos estão com o pai numa casa que não é a nossa, quando saem e não sabemos para onde, quando mostram vontade em telefonar ao pai ou quando preferem a sua companhia à nossa. Esquecemos, agora, que este pai, é aquele marido a quem exigimos que fosse um pai presente e colaborasse na educação dos nossos filhos. Muitas vezes, conseguimos até descobrir neles defeitos que nunca antes tínhamos vislumbrado. 
    Vemos os nossos filhos felizes, (como sempre desejamos), e sentimos-nos ansiosas, inseguras, como se não conhecemos a pessoa com quem estão. Esquecemos, agora, todo o trabalho que temos e que precisamos de alguém que colabore para conseguirmos fazer tudo o que nos exigem.
     Queremos verdadeiramente ser iguais aos homens e estamos preparadas para que os homens sejam pais como nós somos mães? Não me parece....

       Felizes Dias de Pai!

Lara Santos